segunda-feira, 9 de julho de 2007

As dúvidas das Apitadelas!

Utilizem este espaço para esclarecer as vossas dúvidas acerca das leis, situações de jogo, regulamentação, etc...
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Um grande Abraço...

A vida de árbitro!

Para quem pensa que a vida de árbitro é fácil, aqui fica uma amostra do que é essa vida difícil da arbitragem!

E, o que é mais difícil na vida de um árbitro? É a vida da pessoa que é o árbitro. Até começar o jogo, passámos uma semana de trabalho, treinos semanais, recebemos a nomeação do jogo, comunicámos com os colegas de equipa, discutimos com a nossa família (“nunca estás cá ao fim-de-semana” – “nunca podemos contar ctg”), tentamos descansar no final de cada dia de trabalho para que no fim-de-semana de jogos possamos estar em perfeitas condições (“que raio, hoje não consigo dormir pq?!”) arrumámos o saco de equipamentos (“não sei se me falta alguma coisa?!”) comunicámos ao patrão que vamos precisar sair mais cedo na sexta-feira ou faltar nesse dia porque vamos ter que fazer uma viagem para um sitio distante para arbitrar um jogo ( será que vou ser despedido?), preparámos o carro para a viagem (“será que o carro vai conseguir resistir a mais 1000 km num dia?!”), evitámos contactos telefónicos dos amigos (“Vamos tomar um copo logo, dançar até amanhecer” – “ai, não dá, tenho jogo amanhã, fica para a próxima”) reunimos com os colegas às 7 da manhã para estar no campo mais do que uma hora de antecedência, resolvemos o imprevisto da falta de um árbitro assistente (“Oi, sei que é muito em cima da hora, mas estou muito doente”), fizemos refeições adequadas (“ai, essa alheira está com um aspecto delicioso mas…”), olhámos para o mapa inúmeras vezes para tentar encontrar o caminho (“ups, estamos perdidos. Olhe, se faz favor, pode indicar-nos onde fica o campo de futebol?”), encontrámos o campo e vamos para o balneário dos árbitros (“ui, que grande! Podemos pôr as malas em cima uma das outras e vestimo-nos à vez?!”) enfrentamos alguns percalços (“Desculpem senhores árbitros, mas hoje não temos água quente, rebentou-se a caldeira, espero que compreendam…” – “E principalmente ou coincidência, quando estamos em pleno Inverno!!!”). Antes de começar o jogo, verificamos tudo: equipamento, relógio, apito, moeda, cartões, caneta, bloco de notas, bola, cabeça, tronco, membros, juízo, árbitros assistentes, bandeiras, disposição, espelho para ver a pinta, respirar fundo, sair do balneário, intervenientes em sentido, público que já começou a falar connosco (“que queridos, antes do jogo já começam a tratar-nos bem!”), identificação dos jogadores, sorteio, saudação, balizas em ordem, troca de olhares entre os árbitros, cronómetro a postos… e começou o jogo! Até aqui parece ser uma vida fácil?! Depois digam que não é normal um árbitro falhar durante um jogo… Pudera, somos pessoas como as outras… E se os jogadores, alguns até bem remunerados, falham, porque é que nós árbitros temos de ser perfeitos para todos?!

Um abraço a todos...